domingo, 30 de outubro de 2011

Discurso de Apresentação de Candidatura


Companheiras e companheiros,
Boa noite a todos, agradeço a vossa presença. É bom sentir o peso de todo este vosso apoio.
Meus caros amigos,
Como certamente já saberão, vão realizar-se eleições para os órgãos distritais de Lisboa do PSD, no próximo dia 19 de Novembro.
Estou hoje aqui para vos anunciar que, nessas eleições, sou candidato a Presidente da Comissão Política Distrital.
Companheiros,
Os tempos que vivemos exigem uma liderança política forte no PSD Lisboa.
É cada vez mais evidente a ruína em que o Partido Socialista deixou Portugal.
O país viu-se obrigado a recorrer a ajuda externa e, como consequência dessa ajuda, as metas orçamentais que necessariamente teremos de atingir em 2011, 2012 e 2013 obrigam a medidas de uma dureza como talvez nunca tenhamos assistido.
O Partido Socialista diz agora que nada tem a  ver com o assunto.
Mas os cortes que o Governo está a fazer em vencimentos, subsídios e pensões só têm a ver com isto.
E o país sabe que o PS não fala a verdade. O PS continua a não dizer a verdade aos portugueses.
O Presidente da República tem razão num ponto: nunca antes se cortara tanto nos direitos das pessoas.
Mas tal apenas é consequência dos buracos nas contas públicas que o PS escondeu e que, evidentemente, agora todos temos que pagar.

Toda esta situação obriga a um combate político muito forte. Também nos Municípios do nosso distrito.
Um combate contra os nossos adversários, que são os grandes responsáveis por este estado de coisas, e que agora  lavam daí as mãos.
Um combate a favor dos mais afectados pelas consequências desta irresponsabilidade, e a quem o PSD Lisboa, como a principal Distrital do País, tem que ser capaz de dar voz.
Um combate contra os que se aproveitaram da situação.  E contra os que nada fazem. 

O PSD de Lisboa, sob a minha liderança, será a voz dos mais desfavorecidos, e daqueles que querem reformar as instituições do país. E daqueles que querem, e  sabem, trabalhar.
Pois isto só lá vai com muito trabalho.


Perante esta conjuntura, convidei-vos a virem até aqui esta noite para vos dizer, de maneira muito directa e muito clara, porque sou candidato e para que sou candidato a Presidente da Distrital de Lisboa.
Sou candidato, em primeiro lugar, porque... tal como eu, muitos militantes deste distrito entendem fundamental que a próxima distrital não seja um eco enfraquecido da distrital anterior.
O nosso partido precisa de uma Distrital de Lisboa mais actuante, mais abrangente e mais capaz, vocacionada para construir um projecto político com conteúdo e dimensão próprios aberto a todos os militantes do distrito.
As estruturas distritais — as estruturas intermédias — têm um papel importantíssimo e único na vida do partido.
São estruturas que combinam um nível de poder já considerável com uma forte ligação aos militantes de base e podem por isso, de modo privilegiado, transportar para os processos de decisão política as preocupações, os anseios e as motivações desses militantes.
As distritais têm assim condições para ajudar o partido a centrar-se naquilo que a actividade política por vezes, infelizmente, parece ignorar: as pessoas; os problemas reais e concretos que as pessoas enfrentam no seu dia a dia.
E se as distritais têm esta importância, a Distrital de Lisboa tem — como é natural — uma importância acrescida: por causa da sua dimensão geográfica e populacional, por causa da massa crítica dos seus militantes, por causa da sua história.
Mas, nestes últimos anos, o PSD de Lisboa estagnou e não tem feito juz a essa importância. Não tem feito juz à sua dimensão, à qualidade dos seus militantes, à sua história.
Por isso me candidato: porque o PSD em Lisboa precisa de mais novidade e menos continuidade.
Sou candidato, em segundo lugar, porque... considero que ao longo da minha vida consolidei um conhecimento significativo da realidade dos vários concelhos de Lisboa.
Esse conhecimento permite-me ter uma perspectiva global e integrada de todo o distrito. Sem preferências.
É verdade que uns concelhos ocupam mais  território, que outros  têm mais população e que cada um conseguiu o seu nível de desenvolvimento próprio.
É verdade que em cada concelho o PSD tem uma capacidade de implementação diferente e que, por isso, os resultados eleitorais do PSD variam consideravelmente pelo distrito.
É verdade isto. Mas também é verdade que um projecto político distrital só será válido e eficaz se for capaz de lidar politicamente com todas estas diferenças.
Uma Distrital não pode considerar que uns concelhos são de primeira e outros são de segunda. Ou que, valorizando um ou dois (ou três ou quatro, conforme der jeito), todos os restantes são de terceira.
E não se anula isto (pelo contrário: isto fica subentendido) dizendo, com pose de actor secundário, a evidência de que os dez concelhos são afinal uma região.
Por isso também me candidato: porque o PSD em Lisboa precisa mais de afirmar uma estratégia política justa, integrada e vencedora e precisa menos de palavras e propaganda que, apesar de dispendiosas, não conseguem esconder uma táctica assente em favores e expectativas pessoais. Lisboa precisa de mais independência e menos dependências!
Sou candidato, em terceiro lugar, porque... tenho vida profissional própria, e autonomia pessoal e política para desenvolver uma actividade partidária baseada em princípios e numa ideia de serviço público cada vez mais essencial à política.
A actividade política só ganha credibilidade se for capaz de resistir a pressões, a tentações e a lógicas pouco transparentes, por isso mesmo incapazes de preocuparem-se com o futuro do país e impossibilitadas de apostar num modelo de desenvolvimento económico e social justo e sustentável para o futuro.
Para combater a falta de credibilidade da política, os dirigentes partidários (através do exemplo da sua actuação) devem estar na base da solução, e não no agravamento do problema.
Também neste aspecto a Distrital de Lisboa pode dar um exemplo.
Por isso também me candidato: porque o PSD em Lisboa precisa de se basear muito mais em convicções estruturantes e muito menos em conveniências de circunstância.
São estas as principais motivações da minha candidatura. Repito: mais novidade e menos continuidade; mais independência e menos dependências. E mais ética, mais transparência e mais convicções, em vez de clientelismos e obscurantismos.
Caros companheiros,
Tenho cinco objectivos prioritários para a Distrital de Lisboa.
Primeiro:
Prestar solidariedade institucional ao PSD nacional e ao Governo.
Mas uma solidariedade responsável, crítica e interventiva. Apoiar não é ouvir e aceitar passivamente; é, mais do que isso, participar, debater construtivamente e melhorar.
O PSD não pode desaparecer só porque o governo é liderado pelo PSD.
Tanto mais neste momento tão difícil para o país, o PSD tem de se mostrar vivo e actuante. Tem de dar voz aos seus militantes. Porque os militantes também são destinatários das medidas do governo.
Por isso o governo deve considerar os militantes do partido um universo privilegiado para ouvir, reflectir e observar o que está a acontecer na sociedade.
E em relação a isto a Distrital de Lisboa pode, e deve, ser um espaço fundamental de liberdade de pensamento e de actuação.
Segundo objectivo:
Reorganizar a estrutura interna do PSD/Lisboa.
Reorganizá-la, em duas vertentes.
Por um lado, promovendo a criação de núcleos que adequem o Partido à nova realidade territorial resultante da extinção das secções não concelhias e à nova divisão administrativa das freguesias.
A extinção das antigas secções, num processo em que a actual distrital mostrou uma inoperância lamentável, tem de ser um passo para a dinamização e revitalização interna do partido.
Por outro lado, reformulando a Assembleia Distrital, que ainda mantém uma composição de 1 delegado para 25 militantes, dos tempos em que era o órgão electivo distrital, e que principalmente por isso é hoje um órgão anacrónico e ineficaz. Com cerca de 1200 elementos é impossível funcionar devidamente.
É preciso reduzir pelo menos para metade o número de delegados distritais e renovar as competências e o funcionamento das competências da Assembleia Distrital.
Terceiro objectivo:
Promover a criação de grupos temáticos.
Os grupos temáticos são estruturas recentes na orgânica do partido e podem ser extremamente úteis para atrair e captar a participação regular dos militantes e simpatizantes do PSD.
O modelo de organização territorial, baseado nas estruturas residenciais, apesar de toda a sua importância,  tem-se revelado insuficiente para atrair e dinamizar a participação de todos de um modo eficaz e regular.
O partido precisa de valorizar a experiência, os conhecimentos e as qualificações dos seus militantes em vez de alimentar os chamados sacos de votos.
Muitos militantes desempenham um trabalho e obtêm um reconhecimento significativo nas mais variadas áreas da sociedade.
O partido não se pode dar ao luxo de desperdiçar a massa crítica dos seus militantes.
Quanto mais o partido estimular e aproveitar a participação dos militantes, mais exigente e meritório será o seu trabalho político.
Quarto objectivo:
Dirigir a elaboração de um Plano Estratégico do PSD para a Área Metropolitana de Lisboa.
O PSD de Lisboa tem de ter um papel protagonista e liderante na afirmação da Área Metropolitana de Lisboa.
Não podemos ignorar que, a nível local, as decisões políticas estruturantes necessitam, nos tempos que correm, de ser tomadas a uma escala que ultrapassa a freguesia, o concelho, o distrito.


É preciso enfrentar sem ideias pré-concebidas a actual Área Metropolitana, pensando inclusivamente em alterações ao funcionamento quer da Assembleia Metropolitana, quer da Junta Metropolitana.
O PSD precisa de estudar, debater e valorizar esta realidade inter-concelhia e inter-distrital enquanto pólo privilegiado para o desenvolvimento e competitividade do país, centrado no investimento económico, na criação de emprego e na melhoria da qualidade de vida.
Quinto objectivo:
Melhorar os resultados eleitorais autárquicos do PSD no Distrito de Lisboa.
O PSD  tem de, o mais rapidamente possível, definir  uma estratégia para as Autárquicas 2013.
Uma estratégia devidamente pensada e estruturada para contrariar o contra-ciclo político-eleitoral do momento.
Para isso deverá, antes de mais, coordenar o trabalho desenvolvido pelos autarcas em funções (tanto no poder como na oposição).
Além disso, os futuros candidatos devem ser escolhidos  em tempo oportuno, e em processo criterioso e transparente no qual as secções concelhias e os núcleos terão naturalmente competências determinantes.
Deverá, então, a Distrital  apoiá-los, desde cedo, num trabalho político-autárquico continuado.
As autarquias surgem, no novo panorama político que se aproxima, como espaço cada vez mais privilegiado de acção política.
Por isso mesmo, as Autárquicas 2013, na actual conjuntura, serão certamente uma das eleições autárquicas mais marcantes da nossa história democrática.
No actual contexto, com a nova divisão administrativa do território e com o desaparecimento anunciado dos Governos Civis é imperativo apostar de forma estruturada no reforço das competências autárquicas, não só como forma cada vez mais eficaz de resolver os problemas das pessoas, mas também como factor de aproximação entre eleitores e eleitos.
Todo este processo necessita de metodologias bem diferentes das que têm sido seguidas.
O PSD em Lisboa não tem tido qualquer estratégia autárquica definida, coerente e politicamente eficaz.
Em boa verdade, o PSD em Lisboa simplesmente não tem direcção nem coordenação política autárquicas.
Veja-se, por exemplo, o que se passa no concelho de Lisboa: um munícipio essencial para o PSD em termos político-eleitorais.
São tristemente evidentes as contradições e os antagonismos entre os vereadores do PSD e os deputados municipais do mesmo PSD; as divergências… entre vereadores; os conflitos, até… entre deputados municipais.
Esta triste situação apenas ocorre devido à fraqueza política da actual distrital; porque a actual distrital não tem interesse ou capacidade (ou nem uma coisa nem outra) em impedir que isto aconteça; porque a actual distrital não tem uma política autárquica.
E saindo de Lisboa, e viajando até aos outros municípios, a paisagem é a mesma.
Nos sete concelhos onde não ganhou eleições, o PSD tem vereadores com pelouros em três deles. E vereadores sem pelouros em quatro.
A actual distrital mostra-se incapaz de integrar estas diferentes situações numa estratégia política integrada e comum.
Os moleiros, normalmente, não querem saber se as pás do moinho andam para a direita ou para a esquerda, a única coisa que lhe interessa é, no fim, ter farinha.
Ora a política desta distrital parece-se com a política dos moleiros: não lhe interessa a direcção que seguem os seus eleitos, só lhe interessa ir ficando com a farinha.
Meus amigos,
O PSD de Lisboa é mais do que um moinho. O PSD de Lisboa é muito mais do que sacos de farinha.
Os militantes de Lisboa têm nestas eleições a oportunidade de escolher uma distrital diferente.
Apresentei-vos o meu programa político. Um programa simples, pequeno e honesto, porque tenho intenção de o cumprir.
Um programa simples e pequeno, mas que, sendo cumprido representará mais do que tudo o que foi feito na última dúzia de anos a nível distrital.
Para alguns, o combate pode parecer desigual.
Esta candidatura não vai esbanjar nem propaganda nem dinheiro.
Esta candidatura conta, acima de tudo, com a disponibilidade e o voluntarismo de todos aqueles que acreditam que Lisboa merece um PSD sério, credível e trabalhador.
O combate pode parecer desigual. Mas não é.
Porque quem o decide são os militantes. Todos os militantes.
E estou certo que os militantes de Lisboa vão aproveitar esta oportunidade para escolher para Lisboa um PSD com melhores ideias e preparado para vencer as lutas políticas que se aproximam.
Estou certo que estas eleições são o momento certo para rasgar a indiferença e construir um futuro melhor.
Obrigado mais uma vez pela vossa presença.
Viva o PSD. Viva Lisboa. Viva Portugal.

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