Companheiras e companheiros,
Boa noite a todos, agradeço a vossa
presença. É bom sentir o peso de todo este vosso apoio.
Meus caros amigos,
Como certamente já saberão, vão
realizar-se eleições para os órgãos distritais de Lisboa do PSD, no próximo dia
19 de Novembro.
Estou
hoje aqui para vos anunciar que, nessas eleições, sou candidato a Presidente da
Comissão Política Distrital.
Companheiros,
Os tempos que vivemos exigem uma liderança
política forte no PSD Lisboa.
É cada vez mais evidente a ruína em que o
Partido Socialista deixou Portugal.
O país viu-se obrigado a recorrer a ajuda
externa e, como consequência dessa ajuda, as metas orçamentais que
necessariamente teremos de atingir em 2011, 2012 e 2013 obrigam a medidas de
uma dureza como talvez nunca tenhamos assistido.
O Partido Socialista diz agora que nada tem
a ver com o assunto.
Mas os cortes que o Governo está a fazer em
vencimentos, subsídios e pensões só têm a ver com isto.
E o país sabe que o PS não fala a verdade. O
PS continua a não dizer a verdade aos portugueses.
O Presidente da República tem razão num
ponto: nunca antes se cortara tanto nos direitos das pessoas.
Mas tal apenas é consequência dos buracos nas
contas públicas que o PS escondeu e que, evidentemente, agora todos temos que
pagar.
Toda esta situação obriga a um combate
político muito forte. Também nos Municípios do nosso distrito.
Um combate contra os nossos adversários, que
são os grandes responsáveis por este estado de coisas, e que agora lavam
daí as mãos.
Um combate a favor dos mais afectados pelas
consequências desta irresponsabilidade, e a quem o PSD Lisboa, como a principal
Distrital do País, tem que ser capaz de dar voz.
Um combate contra os que se aproveitaram da
situação. E contra os que nada fazem.
O PSD de Lisboa, sob a minha liderança, será
a voz dos mais desfavorecidos, e daqueles que querem reformar as instituições
do país. E daqueles que querem, e sabem, trabalhar.
Pois isto só lá vai com
muito trabalho.
Perante esta conjuntura, convidei-vos a
virem até aqui esta noite para vos dizer, de maneira muito directa e muito
clara, porque sou candidato e para que sou candidato a Presidente da
Distrital de Lisboa.
Sou candidato, em primeiro lugar,
porque... tal como eu, muitos militantes deste distrito entendem fundamental
que a próxima distrital não seja um eco enfraquecido da distrital anterior.
O nosso partido precisa de uma Distrital
de Lisboa mais actuante, mais abrangente e mais capaz, vocacionada para
construir um projecto político com conteúdo e dimensão próprios aberto a todos os militantes do distrito.
As estruturas distritais — as estruturas intermédias — têm um
papel importantíssimo e único na vida do partido.
São estruturas que combinam um nível de poder já considerável
com uma forte ligação aos militantes de base e podem por isso, de modo
privilegiado, transportar para os processos de decisão política as
preocupações, os anseios e as motivações desses militantes.
As distritais têm assim condições para ajudar o partido a centrar-se naquilo que a actividade política
por vezes, infelizmente, parece ignorar: as pessoas; os problemas reais e
concretos que as pessoas enfrentam no seu dia a dia.
E se as distritais têm esta importância, a Distrital de
Lisboa tem — como é natural — uma importância acrescida: por causa da sua
dimensão geográfica e populacional, por causa da massa crítica dos seus
militantes, por causa da sua história.
Mas, nestes últimos anos, o PSD de Lisboa estagnou e não tem
feito juz a essa importância. Não tem feito juz à sua dimensão, à qualidade dos
seus militantes, à sua história.
Por isso me candidato: porque o PSD em Lisboa precisa de mais novidade e menos continuidade.
Sou candidato, em segundo lugar, porque... considero que ao
longo da minha vida consolidei um
conhecimento significativo da realidade dos vários concelhos de Lisboa.
Esse conhecimento permite-me ter uma perspectiva global e
integrada de todo o distrito. Sem
preferências.
É verdade que uns concelhos ocupam mais território, que outros têm mais população e
que cada um conseguiu o seu nível de desenvolvimento próprio.
É verdade que em cada concelho o PSD tem uma capacidade de
implementação diferente e que, por isso, os
resultados eleitorais do PSD variam consideravelmente pelo distrito.
É verdade isto. Mas também é verdade que um projecto político
distrital só será válido e eficaz se for capaz de lidar politicamente com todas estas
diferenças.
Uma Distrital não pode considerar que uns concelhos são de
primeira e outros são de segunda. Ou que, valorizando
um ou dois (ou três ou quatro, conforme der jeito), todos os restantes são de
terceira.
E não se anula isto (pelo
contrário: isto fica subentendido) dizendo, com pose de actor secundário, a
evidência de que os dez concelhos são afinal uma região.
Por isso também me candidato: porque o PSD em Lisboa precisa
mais de afirmar uma estratégia política justa,
integrada e vencedora e precisa menos de palavras e propaganda que, apesar de
dispendiosas, não conseguem esconder uma táctica assente em favores e
expectativas pessoais. Lisboa precisa de mais
independência e menos dependências!
Sou candidato, em terceiro lugar, porque... tenho vida profissional própria, e autonomia pessoal e
política para desenvolver uma actividade partidária baseada em princípios e
numa ideia de serviço público cada vez mais essencial à política.
A actividade política só ganha credibilidade se for capaz de
resistir a pressões, a tentações e a lógicas pouco transparentes, por isso mesmo incapazes de preocuparem-se com o futuro do país e impossibilitadas de apostar num modelo de
desenvolvimento económico e social justo e sustentável para o futuro.
Para combater a falta de credibilidade da política, os
dirigentes partidários (através do exemplo da sua actuação) devem estar na base
da solução, e não no agravamento do problema.
Também neste aspecto a Distrital de Lisboa pode dar um
exemplo.
Por isso também me candidato: porque o PSD em Lisboa precisa
de se basear muito mais em convicções
estruturantes e muito menos em conveniências de circunstância.
São estas as principais motivações da minha candidatura.
Repito: mais novidade e menos
continuidade; mais independência e menos dependências. E mais ética, mais
transparência e mais convicções, em vez de clientelismos e obscurantismos.
Caros companheiros,
Tenho cinco objectivos prioritários para a Distrital de
Lisboa.
Primeiro:
Prestar solidariedade
institucional ao PSD nacional e ao Governo.
Mas uma solidariedade responsável, crítica e interventiva.
Apoiar não é ouvir e aceitar passivamente; é, mais do que isso, participar,
debater construtivamente e melhorar.
O PSD não pode desaparecer só porque o governo é liderado
pelo PSD.
Tanto mais neste momento tão difícil para o país, o PSD tem
de se mostrar vivo e actuante. Tem de dar voz aos seus militantes. Porque os
militantes também são destinatários das medidas do governo.
Por isso o governo deve considerar os militantes do partido
um universo privilegiado para ouvir, reflectir e observar o que está a acontecer na sociedade.
E em relação a isto a Distrital de Lisboa pode, e deve, ser
um espaço fundamental de liberdade de pensamento e de actuação.
Segundo objectivo:
Reorganizar a estrutura
interna do PSD/Lisboa.
Reorganizá-la, em duas
vertentes.
Por um lado, promovendo a criação de núcleos que adequem o
Partido à nova realidade territorial resultante da extinção das secções não
concelhias e à nova divisão administrativa das freguesias.
A extinção das antigas secções, num processo em que a actual distrital
mostrou uma inoperância lamentável, tem de ser um passo para a dinamização e
revitalização interna do partido.
Por outro lado, reformulando a Assembleia Distrital, que
ainda mantém uma composição de 1 delegado
para 25 militantes, dos tempos em que era o órgão electivo distrital, e que
principalmente por isso é hoje um órgão anacrónico e ineficaz. Com cerca de
1200 elementos é impossível funcionar devidamente.
É preciso reduzir pelo
menos para metade o número de delegados distritais e renovar as competências e
o funcionamento das competências da Assembleia Distrital.
Terceiro objectivo:
Promover a criação de
grupos temáticos.
Os grupos temáticos são estruturas recentes na orgânica do
partido e podem ser extremamente úteis para atrair e captar a participação
regular dos militantes e simpatizantes do PSD.
O modelo de organização territorial, baseado nas estruturas
residenciais, apesar de toda a sua importância,
tem-se revelado insuficiente para
atrair e dinamizar a participação de todos de um modo eficaz e regular.
O partido precisa de valorizar a experiência, os conhecimentos
e as qualificações dos seus militantes em
vez de alimentar os chamados sacos de votos.
Muitos militantes
desempenham um trabalho e obtêm um reconhecimento significativo nas mais
variadas áreas da sociedade.
O partido não se pode dar ao luxo de desperdiçar a massa
crítica dos seus militantes.
Quanto mais o partido estimular e aproveitar a participação
dos militantes, mais exigente e meritório será o seu trabalho político.
Quarto objectivo:
Dirigir a elaboração de
um Plano Estratégico do PSD para a Área Metropolitana de Lisboa.
O PSD de Lisboa tem de ter um papel protagonista e liderante
na afirmação da Área Metropolitana de Lisboa.
Não podemos ignorar que, a nível local, as decisões políticas
estruturantes necessitam, nos tempos que correm, de ser tomadas a uma escala
que ultrapassa a freguesia, o concelho, o distrito.
É preciso enfrentar sem ideias pré-concebidas a actual Área
Metropolitana, pensando inclusivamente em alterações ao funcionamento quer da
Assembleia Metropolitana, quer da Junta Metropolitana.
O PSD precisa de estudar, debater
e valorizar esta realidade inter-concelhia e inter-distrital enquanto pólo
privilegiado para o desenvolvimento e competitividade do país, centrado no
investimento económico, na criação de emprego e na melhoria da qualidade de
vida.
Quinto objectivo:
Melhorar os resultados
eleitorais autárquicos do PSD no Distrito de Lisboa.
O PSD tem de, o mais
rapidamente possível, definir uma
estratégia para as Autárquicas 2013.
Uma estratégia devidamente pensada e estruturada para
contrariar o contra-ciclo político-eleitoral do momento.
Para isso deverá, antes de mais, coordenar o trabalho
desenvolvido pelos autarcas em funções (tanto no poder como na oposição).
Além disso, os futuros candidatos devem ser escolhidos em tempo oportuno, e em processo criterioso e
transparente no qual as secções
concelhias e os núcleos terão naturalmente competências determinantes.
Deverá, então, a Distrital
apoiá-los, desde cedo, num trabalho político-autárquico continuado.
As autarquias surgem, no novo panorama político que se
aproxima, como espaço cada vez mais privilegiado de acção política.
Por isso mesmo, as Autárquicas 2013, na
actual conjuntura, serão certamente uma das eleições autárquicas mais marcantes
da nossa história democrática.
No actual contexto, com a nova divisão administrativa do
território e com o desaparecimento anunciado dos Governos Civis é imperativo
apostar de forma estruturada no reforço das competências autárquicas, não só como forma cada vez mais eficaz
de resolver os problemas das pessoas, mas também como factor de aproximação
entre eleitores e eleitos.
Todo este processo necessita de metodologias bem diferentes
das que têm sido seguidas.
O PSD em Lisboa não tem tido qualquer estratégia autárquica
definida, coerente e politicamente eficaz.
Em boa verdade, o PSD em Lisboa simplesmente
não tem direcção nem coordenação política autárquicas.
Veja-se, por exemplo, o que se passa no concelho de Lisboa:
um munícipio essencial para o PSD em termos político-eleitorais.
São tristemente evidentes as contradições e os antagonismos
entre os vereadores do PSD e os deputados municipais do mesmo PSD; as
divergências… entre vereadores; os
conflitos, até… entre deputados municipais.
Esta triste situação apenas ocorre
devido à fraqueza política da actual distrital; porque a actual distrital não
tem interesse ou capacidade (ou nem uma coisa nem outra) em impedir que isto
aconteça; porque a actual distrital não tem uma política autárquica.
E saindo de Lisboa, e viajando até aos outros municípios, a
paisagem é a mesma.
Nos sete concelhos onde não ganhou eleições, o PSD tem vereadores com pelouros em três deles. E
vereadores sem pelouros em quatro.
A actual distrital mostra-se incapaz de integrar estas
diferentes situações numa estratégia política integrada e comum.
Os moleiros, normalmente, não querem saber se as pás do
moinho andam para a direita ou para a esquerda, a única coisa que lhe interessa
é, no fim, ter farinha.
Ora a política desta distrital parece-se com a política dos
moleiros: não lhe interessa a direcção que seguem os seus eleitos, só lhe
interessa ir ficando com a farinha.
Meus amigos,
O PSD de Lisboa é mais do que um moinho. O PSD de Lisboa é muito mais
do que sacos de farinha.
Os militantes de Lisboa têm nestas eleições a oportunidade de
escolher uma distrital diferente.
Apresentei-vos o meu programa político. Um programa simples, pequeno e honesto, porque tenho intenção de o
cumprir.
Um programa simples e pequeno, mas que, sendo cumprido
representará mais do que tudo o que foi feito na última dúzia de anos a nível
distrital.
Para alguns, o combate pode parecer
desigual.
Esta candidatura não vai esbanjar nem propaganda nem
dinheiro.
Esta candidatura conta, acima de tudo, com a disponibilidade
e o voluntarismo de todos aqueles que acreditam que Lisboa merece um PSD sério,
credível e trabalhador.
O combate pode parecer desigual. Mas não é.
Porque quem o decide são os militantes. Todos os militantes.
E estou certo que os militantes de Lisboa vão aproveitar esta
oportunidade para escolher para Lisboa um PSD com melhores ideias e preparado para vencer as lutas políticas que se
aproximam.
Estou certo que estas eleições são o momento certo para
rasgar a indiferença e construir um futuro melhor.
Obrigado mais uma vez pela vossa presença.
Viva o PSD. Viva Lisboa. Viva Portugal.